Vivian Pinto Portela da Silva.

Vivian Pinto Portela da Silva.
Vivian Silva, diploma e fotografias, uma proferindo palestra em Congresso Internacional (Xalapa, México, 2011); em 2007; com o neto John Portela Grooms (novembro, 2013). Abaixo: Jornal da Tarde, (dezembro, 1966). Fotos com a família Wallace, proferindo palestra em High-School e como Jovem Embaixadora na, Universidade de Stanford (California, 1967).

domingo, 30 de outubro de 2011

LABARROS: Léo Arthur Barros (1940-1990).


O artista nasceu em Santos (SP) e principiou sua carreira assinando suas obras como L.A. Barros; depois, passou a assinar Labarros. O artista plástico dedicou-se à produção de obras da Arte da Fibra, da dita, Cultura da Fibra, utilizando técnicas de macramé, da mesma forma que Sonia Paul, outra artista santista. Obras de Labarros e Paul participaram da II Trienal de Tapeçaria, no MAM (São Paulo, mar.- abr., 1979); uma obra de cada citado encontra-se com sua fotografia reproduzida no catálogo da exposição.

Labarros fundou o Núcleo Paulista de Tapeçaria (São Paulo), que agregou c. 30 membros, com os quais ele criou o Grupo do Tear Vivo, obra mista, têxtil e performática de Arte Corporal. Esse grupo que Labarros organizou e desenvolveu tornou-se coletivo ativo na divulgação da dita Cultura da Fibra têxtil. O artista conseguiu para o grupo o apoio do jornal Shopping News, bastante popular na éoca, que ofereceu-lhe seu espaço no salão das Edições Americanas de Arte e Arquitetura [EDIAM]. Nesse local Labarros proferiu seu primeiro curso, ao final do qual seus alunos apresentaram mostra coletiva com obras produzidas na técnica de macramê, voltadas para o espaço e para a visão contemporânea da Arte da Fibra (1980).

Artistas se associaram ao Núcleo Paulista de Tapeçaria, que apresentou 3 mostras coletivas, com obras de c. 30 artistas; a primeira realizou-se no Museu de Arte Contemporânea (Campinas, SP, 10 ago. – set., 1983); a segunda no Museu da Casa Brasileira (São Paulo, 10 – 30 nov., 1983); e a terceira, dita, Coletiva de Tapeçarias, realizou-se na Galeria de Artes do Centro Municipal de Cultura (Guarujá, SP, 20 abr. - 06 maio, 1984).

A artista plástica Delba Marcolini tornou-se diretora cultural do Núcleo Paulista de Tapeçaria. Labarros organizou núcleo com apenas 12 dos mais ativos participantes, artistas que formaram o Grupo Performático dos Artistas da Trama, dos quais ele tornou-se o coordenador. Labarros passou a viajar com seu grupo, apresentando performances em várias localidades do Estado de São Paulo. Cada evento do Grupo dos Artistas da Trama foi aberto a todo o público participante, criando Tear Vivo, no qual a estrutura (urdume) do têxtil era sustentado pelo corpo dos participantes, que longa corda unia. A trama era acrescentada por outros dos performáticos, com ajuda dos coordenadores de cada evento, que passaram a atrair e reunir inúmeros participantes. A obra resultante do trabalho coletivo passou a integrar as exposições do grupo, realizadas com o concurso de várias outras obras individuais dos associados.

O Tear Vivo foi apresentado pela primeira vez no Centro Cultural São Paulo (1983). Os artistas compareceram ao evento levando grande variedade de fios, tecidos e fibras,sintéticas, animais e vegetais; papéis (jornal e celofane) e retalhos têxteis, entre vários outros materiais que participaram da obra coletiva. Ao final de cinco horas de trabalho, parte do qual com colaborações eventuais, nasceu a dita, composição lúdico-sensorial denominada Criação da Natureza Exuberante. Segundo Cáurio, a obra propiciou a reunião de diversas pessoas em torno da linguagem e do fazer têxteis revelando afinidades, contrastes, e até novos adeptos da trama (CÁURIO, 1985: 233).

Outro evento performático com o tema da Ressureição de Cristo foi realizado pelo Grupo Performático dos Artistas da Trama no sábado de Aleluia, na sede do CMC - Centro Municipal de Cultura (Guarujá, 21abr., 1984). A mostra coletiva realizada na Galeria de Artes do CMC fora inaugurada no dia anterior, com a presença de autoridades e do público.

Labarros apresentou com seu grupo exposição na Galeria Patacão (Embú, 1984), entre várias outras mostras com obras individuais dos integrantes dos Artistas da Trama, mas sem a performance coletiva, devido à limitação de espaço, como a realizada na Galeria de Arte do Hotel Caesar Park (Rio de Janeiro, 12 maio, 1983). Essa exposição foi inaugurada com a presença de todos do grupo: Labarros, Tânia Bastos, Isa Bertussi, Vera César, Maria Cunha, Sandra Figueiredo, Ciça Graciosa, Delba Marcolini, Chris Ozanne, Eliana Szasz, Henrique Schucman e Miriam Viganó. No catálogo da mostra, Labarros apresentou o grupo:

Artistas que fiam e tecem no macramê, na talagarça e na tecelagem, apresentam nesta mostra através da fibra o desenvolvimento e suas sensações na expressão da criatividade.


Nessa ocasião, o Rei Juan Carlos e a Rainha Sofia da Espanha, que se encontravam hospedados no mesmo hotel, receberam das mãos de Marcolini a doação de uma das obras do Grupo Performático dos Artistas da Trama.

Labarros emigrou para os Estados Unidos e radicou-se em Miami, onde instalou o Studio Labarros (13525 SW 83 Avenue). O artista associou-se às vanguardas norte-americanas e participou de vários eventos e mostras coletivas. Labarros contraiu AIDS, na época em que a doença ainda não tinha encontrado tratamento. O artista voltou para o Brasil, onde faleceu e foi enterrado em Santos, sua cidade natal.


REFERÊNCIAS:

CATÁLOGO. II Trienal de Tapeçaria. São Paulo: MAM, 1979

FOLHETO. Núcleo Paulista de Tapeçaria. São Paulo: Paço das Artes - Núcleo Paulista de Tapeçaria, 1983

CÁURIO, R. Artêxtil no Brasil: Viagem pelo mundo da tapeçaria. Rio de Janeiro: Rita Cáurio, 1985, 304p: il., color., 22 x 29 cm, p. 233

CONVITE. Mostra do Núcleo Paulista de Tapeçaria. São Paulo: Museu da Casa Brasileira, 10-25 nov., 1983.

CONVITE. Mostra Coletiva de Tapeçarias. Guarujá: Galeria de Artes do Centro Municipal de Cultura, 20 abr. - 06 maio, 1984.

CONVITE.Mostra do Núcleo Paulista de Tapeçaria. Campinas: Museu de Arte Contemporânea de Campinas, 10-31 ago., 1983.

ENTREVISTA com Delba Marcolini, 11 de agosto, 2003.

REPORTAGEM. Estilos Diversos de Tapeçaria em Guarujá. Santos: A Tribuna de Santos, sexta-feira 20 abr., 1984.

Um comentário:

  1. Conheci o Léo Arthur no final da década de 70 na Serra do Caraça, próximo a Mariana, MG. Em Mariana, ele apresentou seu trabalho, o qual foi muito apreciado. Educado e prestativo, conquistou a todos que o conheceram.

    ResponderExcluir